No primeiro día a visita centrou-se na gestão de fogos rurais e a dinamização económica e ecológica das áreas interiores. No segundo día os parceiros do PAISACTIVO partilharam conhecimentos sobre os efeitos dos incêndios no solo e elaboraram un guião com stakeholders locais para um plano territorial modelo para a aldeia de Almofrela.
Estas visitas fazem parte dum ciclo de oito visitas de intercâmbio técnico, quatro em Portugal e quatro na Galiza. Começaram a finais do mês de abril em Vila Pouca de Aguiar da mão do CIM de Tâmega e Sousa e a Direção Geral do Território, focada na recuperação e gestão dos territórios pós-incêndio. No dia seguinte, 30 de abril, o Município de Baião recebeu a equipa na área protegida regional da Serra da Aboboreira.
As quatro visitas na Galiza terão lugar entre maio e junho de 2025. O objetivo é fomentar a troca de experiências e saberes entre as equipas técnicas de ambos os lados da fronteira, com base nos instrumentos normativos em estudo: a Lei de Recuperação da Terra Agrícola da Galiza e o Programa de Transformação da Paisagem de Portugal.
Essas visitas, juntamente com o diagnóstico do marco estratégico e as boas práticas internacionais analisadas em 2024, serão a base para o desenvolvimento do futuro Plano Territorial Modelo do PAISACTIVO. Este documento constituirá o marco metodológico de planeamento e ação, com uma estrutura comum e transfronteiriça, a ser aplicado nas duas aldeias piloto do projeto: Infesta, na Galiza, e Almofrela, no Norte de Portugal.
ALMOFRELA ACOLHEU INICIATIVA PIONEIRA PARA A PROTEÇÃO DO SOLO E PLANEAMENTO PARTICIPATIVO NO TERRITÓRIO
A sesta destas oito visitas de intercâmbio técnico teve lugar na aldeia de Almofrela o passado 28 de maio. Recebeu parceiros galegos e portugueses do projeto PAISACTIVO e stakeholders locais. Este evento fora organizado pelo Município de Baião e a Faculdade de Letras da Universidade de Porto (FLUP).
A primeira parte da jornada, unicamente com os parceiros do projeto europeu, foi dedicada à sensibilização sobre os efeitos dos incêndios no solo; com sessões práticas e teóricas sobre o solo e as suas propriedades, técnicas de análise de solo e medidas de mitigação da degradação do solo.
Na segunda metade, pessoal do PAISACTIVO e stakeholders locais (residentes, entidades municipais e supra-municipais, agentes do sector agroflorestal, ganadeiros, etc.) fisseram uma sessão para auscultar as diversas perspetivas sobre o presente e o futuro de Almofrela através da troca de ideias para a construção dum plano territorial modelo para a aldeia.
A metodologia seguiu várias rondas de reflexão, como o território em geral, no contexto do Norte de Portugal, o entorno da aldeia, como espaço produtivo e a aldeia em si, focando-se na gestão do espaço público, serviços, acessos, habitação, transportes e cadeias de valor locais.
Após a reflexão, fizeram um brainstorming estruturado para analisar os valores económicos, patrimoniais e ambientais do território, bem como os principais desafios e oportunidades enfrentados.
Esta dinâmica incluiu uma análise SWOT no que os participantes identificaram necessidades concretas e discutiram ações de intervenção viáveis, sempre com base no conhecimento empírico e no envolvimento direto com o território.
O encerramento contou com três apresentações onde foram sistematizadas as contribuições dos participantes que serviram de guião inicial para a preparação dum plano territorial modelo para Almofrela.
ANTIGA ESCOLA DE ALMOFRELA VAI SER ESPAÇO POLIVALENTE
No quadro deste projeto transfronteiriço, está em curso a reconversão da antiga escola de Almofrela num novo espaço polivalente dedicado à coesão social e ao dinamismo comunitário de quase o triplo de superfície útil em comparação com o edifício original.
Este equipamento funcionará como centro de acesso a serviços digitais e plataforma, com ligação à vila e à vizinha Serra da Aboboreira. Assumirá um papel central como fórum de articulação entre diferentes níveis de intervenção, servindo também como local de trabalho e prestação de serviços diversos ademais de servires como lugar de colhimento para visitantes à área.
O que é PAISACTIVO?
O principal objetivo do projeto europeu PAISACTIVO é aumentar a resiliência do território face ao risco de incêndios, valorizando e melhorando a gestão sustentável dos territórios agroflorestais, enquanto se protegem e dinamizam os lugares rurais e se promove a sua sustentabilidade. Para isso, será desenvolvido um novo instrumento de planeamento e ação, integrado e inovador, designado por Projetos Territoriais Modelo, proporcionando uma abordagem atualmente inexistente, avançando nos conhecimentos, ferramentas, práticas e cooperação necessárias para a sua implementação. As duas aldeias piloto estão situadas em Infesta (Monterrei, Ourense, Galiza) e Almofrela (Baião, Norte de Portugal).
O PAISACTIVO é financiado em 75% pelo Programa de Cooperação Interreg POCTEP 2021-2027 e tem um orçamento total de 1.581.486,26€. O consórcio que impulsiona este projeto é formado por 8 entidades beneficiárias. Coordenado pela Agência Galega de Desenvolvimento Rural da Junta da Galícia, os parceiros galegos são a Universidade de Santiago de Compostela (USC), a Fundação Juana de Vega e o Município de Monterrei (Ourense). Por parte de Portugal, participam a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, a Câmara Municipal de Baião, a Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e a Direção-Geral do Território (Governo de Portugal).